10/08/2008

Azedo - pensamentos particulares.

Acordei com a pá virada.
Com a macaca.
Com a chita lôca albina tocando corneta e dançando tcha-tcha-tcha.

Minha vontade era de fazer absolutamente nada, e não falar com ninguém.
Sumir, ou então brigar.
Talvez, suar um pouco, cansar um pouco, ficar ofegante.
Pra ver se passa essa nuvem que pairou sobre mim.

Estava procurando, sem disfarçar ou nada do tipo, sarna pra me coçar.
Naqueles dias que você evita qualquer tipo de contato pra não ficar irritado.
Aliás, passei o dia irritado. Nervoso.
Ranzinza, rabugento.
Ácido, azedo.

Por quê?
Não sei.
E também acho uma merda quando fico assim.

Ainda nessa semana, não consegui dormir.
Mas não foi por isso.
Estou preso em uma nuvem densa e pesada de pensamentos, na qual não consigo focar em um ou pensar em nenhuma solução evidente e óbvia. Neblina.

Engessado na falta de ações.
Viciado no nada, alienado. Pára, acorda, cacete.
Falta aquela bica, falta um "acordafilhodaputaodiajáraiou", falta vida, sei lá.

Tentando achar problemas, picuinhas, brigas ou motivos para tal, em qualquer canto.
Crise? Talvez.
Mas tudo passa.

E o começo disso se deu hoje.
Involuntariamente.
Por causa do meu pai.
(Feliz dia dos pais, meu.)

Ao sentar pra almoçar, pedimos nossas bebidas.
Ele pediu uma água com gás, com gelo e limão.
Eu, sem muita criatividade, pedi o mesmo, mas com suco de limão espremido em um copo separado.

Recebi meu copo.
Misturei, e tomei.

Fiquei menos azedo e de menos mau humor a partir daquele momento?
Porquê? Não sei.
(Não, não tinha tequila, vodca, pinga, álcool zulu ou gasolina de avião no copo;)

Parece que, ao tomar alguma coisa realmente azeda, eu mesmo fiquei menos chato.
Não, não faz sentido.

E não, não melhorei completamente, foi temporário. Mas já é um bom começo.

E sim, foi só um pretexto pra botar tudo isso no papel. Na verdade, na tela.

Às vezes é bom pensar sozinho.
Mesmo com outras pessoas lendo.

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